Filhos do Sol documenta um momento em que o Estado não apenas falha, mas ataca quando a presença da polícia significa destruição, e não proteção. Ao registrar a operação de remoção de famílias inteiras em Sol Nascente, a maior favela do Brasil, este ensaio não pretende apenas relatar: ele denuncia, emociona e convida à indignação.
A força das imagens está na tensão que produzem: a padroeira do Brasil repousa entre panelas e tijolos; crianças seguram cartuchos de bala de borracha como quem segura brinquedos; mulheres gritam, choram e se apoiam em silêncio. A presença da luz solar constante, seca, implacável, reforça o tom simbólico: expõe, queima, mas também revela.
A série é um retrato da violência estatal sobre corpos vulneráveis (trabalhadores, mulheres, crianças, cães, objetos sagrados etc.) e revela o contraste brutal entre a luz escaldante do cerrado e o vazio dilacerante do desalento.






































